ESPECIAL TELHADOS VERDES
...ENTENDA...
A primeira cobertura verde que se tem notícia são os jardins suspensos da Babilônia. Diz a história que Nabucodonosor os construiu para alegrar sua esposa doente, que tinha saudades das árvores da Pérsia. Milênios depois, no nascimento do movimento moderno nos anos 30, elas voltaram a ser notícia: Le Corbusier apontava o terraço-jardim como um de seus 5 pontos da nova arquitetura. Sua ideia era, principalmente, recuperar o espaço verde tomado pela arquitetura sobre o terreno.
Hoje, um dos melhores motivos para adotar a cobertura verde é melhorar o isolamento térmico das edificações. Na escala urbana, ela aumenta a absorção de águas pluviais e, melhor ainda, reduz a temperatura da cidade, reduzindo o fenômeno chamado Ilha de calor. Desde 1998, a cidade de Chicago incentiva a prática e se tornou a capital americana do green roof.
Comparada a cidades sem leis de incentivo, Chicago e Washington D.C., outra que entrou na moda, têm cerca de 4 vezes mais área de cobertura verde. A revista America Metropolis, no artigo “Charting our progress“, lista as principais vantagens da modalidade. Por exemplo, uma laje de concreto chegam a temperaturas de 70ºc ao meio-dia, enquanto uma cobertura verde, ao lado desta laje, fica na casa dos 25°c.
Em casa, o proprietário que quiser optar por uma cobertura verde tem duas opções: a primeira, e mais barata, é ter um telhado verde. As plantas simplesmente ficam lá. O acesso se dá apenas para a manutenção que, aliás, ao contrário da crença comum, é tão rara quanto a de um telhado cerâmico ou de laje impermeabilizada. Embora o investimento passe um pouco mais do dobro de um telhado simples, ao longo dos anos, o telhado verde reduz fortemente o consumo de energia elétrica. A dissertação de mestrado de Caroline Santana de Morais, Desempenho Térmico de Coberturas Vegetais, apontou uma diferença de 4ºc entre dois ambientes: um de cobertura comum e outro com telhado verde. Fazendo as contas, ao longo de um verão, isso resulta em uma diferença enorme na conta do ar-condicionado ou pode até dispensá-lo.
O terraço-jardim possui as mesmas vantagens térmicas e ecológicas do telhado verde, mas seu espaço pode ser usado como jardim no sentido estrito ou para uma horta urbana. Nessa cobertura transitam pessoas e coexistem diversas espécies de plantas. A complexidade do espaço aumenta e o custo de construção e manutenção também. Mas porque reclamar? O investimento valorizará o imóvel, aumentando a sua área de lazer.
O movimento de arquitetura modernista brasileiro foi precursor do terraço-jardim. Um bom exemplo são os jardins do Palácio Gustavo Capanema, projetados por Burle Marx. Hoje, é no exterior que a solução está mais em voga. Entretanto, acredito que ela voltará a ganhar força no Brasil. O interesse pelo assunto está crescendo.
voltada para a pesquisa sobre o melhor tipo de vegetação a ser utilizado em cada "telhado verde" onde através de experimentos práticos os especialistas dessas universidades trocam informações constantes.
A idéia é transformar os "telhados verdes" em pequenos pulmões das grandes cidades criando corredores que facilitem a circulação atmosférica, melhore o microclima, reduza o consumo de energia, provoque um decréscimo no uso do ar condicionado em regiões quentes e isolem o frio em regiões com invernos rigorosos, já que sob um telhado coberto de vegetação, as baixas temperaturas demoram mais para chegar aos espaços internos, um problema de pouca importância para o Brasil, mas essencial para países europeus e regiões montanhosas do México e Bolívia.
Os telhados verdes reduzem também os efeitos danosos dos raios ultravioletas, os extremos de temperatura e os efeitos do vento, vez que nesses telhados.a temperatura não passa de 25º C contra 60º C dos telhados convencionais.
Em termos de custos os dos telhados verdes variam entre 80 e 150 dólares o m2, ou seja de um terço à metade do custo das estruturas convencionais.
Existem dois tipos de telhados verdes: os intensivos basicamente parques elevados que conseguem sustentar arbustos, árvores, passagens, bancos, etc., e os extensivos que são criados por seus benefícios ambientais mas não funcionam como jardins de cobertura acessíveis.
RESUMO
BENEFÍCIOS DO TELHADO
• Controle do fluxo de água pluvial e consequente diminuição da poluição dos mananciais pelo arrasto de nutrientes da superfície das cidades;
• Limpeza do ar urbano pela ação da fotossíntese e aderência de material particulado ao substrato e plantas;
• Diminuição do calor urbano gerado pela acumulação nos prédios;
• Economia na energia de climatização com consequente contribuição na emissão de CO2 de geração desta energia;
• Utilização da área de cobertura, antes desprezada com o uso de telhado convencional;
• Maior durabilidade do prédio à ação das intempéries como raios solares (esquenta, esfria) e consequente vida útil do mesmo e da membrana de impermeabilização;
• Proporciona espaço para biodiversidade;
• Diminui reverberação de som aumentando conforto acústico.
Se você quiser aprender um pouco mais de coberturas verder e jardins suspensos, fica uma dica. O arquiteto Ken Yeang é um arquiteto reconhecido por seu desenho e seu grande conhecimento em botânica.
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