quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ESPECIAL TELHADOS VERDES
...ENTENDA...

A primeira cobertura verde que se tem notícia são os jardins suspensos da Babilônia. Diz a história que Nabucodonosor os construiu para alegrar sua esposa doente, que tinha saudades das árvores da Pérsia. Milênios depois, no nascimento do movimento moderno nos anos 30, elas voltaram a ser notícia: Le Corbusier apontava o terraço-jardim como um de seus 5 pontos da nova arquitetura. Sua ideia era, principalmente, recuperar o espaço verde tomado pela arquitetura sobre o terreno.


Hoje, um dos melhores motivos para adotar a cobertura verde é melhorar o isolamento térmico das edificações. Na escala urbana, ela aumenta a absorção de águas pluviais e, melhor ainda, reduz a temperatura da cidade, reduzindo o fenômeno chamado Ilha de calor. Desde 1998, a cidade de Chicago incentiva a prática e se tornou a capital americana do green roof.

Comparada a cidades sem leis de incentivo, Chicago e Washington D.C., outra que entrou na moda, têm cerca de 4 vezes mais área de cobertura verde. A revista America Metropolis, no artigo “Charting our progress“, lista as principais vantagens da modalidade. Por exemplo, uma laje de concreto chegam a temperaturas de 70ºc ao meio-dia, enquanto uma cobertura verde, ao lado desta laje, fica na casa dos 25°c.



Em casa, o proprietário que quiser optar por uma cobertura verde tem duas opções: a primeira, e mais barata, é ter um telhado verde. As plantas simplesmente ficam lá. O acesso se dá apenas para a manutenção que, aliás, ao contrário da crença comum, é tão rara quanto a de um telhado cerâmico ou de laje impermeabilizada. Embora o investimento passe um pouco mais do dobro de um telhado simples, ao longo dos anos, o telhado verde reduz fortemente o consumo de energia elétrica. A dissertação de mestrado de Caroline Santana de Morais, Desempenho Térmico de Coberturas Vegetais, apontou uma diferença de 4ºc entre dois ambientes: um de cobertura comum e outro com telhado verde. Fazendo as contas, ao longo de um verão, isso resulta em uma diferença enorme na conta do ar-condicionado ou pode até dispensá-lo.



terraço-jardim possui as mesmas vantagens térmicas e ecológicas do telhado verde, mas seu espaço pode ser usado como jardim no sentido estrito ou para uma horta urbana. Nessa cobertura transitam pessoas e coexistem diversas espécies de plantas. A complexidade do espaço aumenta e o custo de construção e manutenção também. Mas porque reclamar? O investimento valorizará o imóvel, aumentando a sua área de lazer.

O movimento de arquitetura modernista brasileiro foi precursor do terraço-jardim. Um bom exemplo são os jardins do Palácio Gustavo Capanema, projetados por Burle Marx. Hoje, é no exterior que a solução está mais em voga. Entretanto, acredito que ela voltará a ganhar força no Brasil. O interesse pelo assunto está crescendo.

Na Universidade Humboldt de Berlim, com financiamento da União Européia, foi criada uma rede de cooperação entre instituições acadêmicas envolvendo pesquisadores de universidades da Alemanha, Brasil, Espanha, Grécia, Bolívia, Cuba, México e Equador.


voltada para a pesquisa sobre o melhor tipo de vegetação a ser utilizado em cada "telhado verde" onde através de experimentos práticos os especialistas dessas universidades trocam informações constantes.
A idéia é transformar os "telhados verdes" em pequenos pulmões das grandes cidades criando corredores que facilitem a circulação atmosférica, melhore o microclima, reduza o consumo de energia, provoque um decréscimo no uso do ar condicionado em regiões quentes e isolem o frio em regiões com invernos rigorosos, já que sob um telhado coberto de vegetação, as baixas temperaturas demoram mais para chegar aos espaços internos, um problema de pouca importância para o Brasil, mas essencial para países europeus e regiões montanhosas do México e Bolívia.

Os telhados verdes reduzem também os efeitos danosos dos raios ultravioletas, os extremos de temperatura e os efeitos do vento, vez que nesses telhados.a temperatura não passa de 25º C contra 60º C dos telhados convencionais.
Em termos de custos os dos telhados verdes variam entre 80 e 150 dólares o m2, ou seja de um terço à metade do custo das estruturas convencionais.

Existem dois tipos de telhados verdes: os intensivos basicamente parques elevados que conseguem sustentar arbustos, árvores, passagens, bancos, etc., e os extensivos que são criados por seus benefícios ambientais mas não funcionam como jardins de cobertura acessíveis.


RESUMO

BENEFÍCIOS DO TELHADO

• Controle do fluxo de água pluvial e consequente diminuição da poluição dos mananciais pelo arrasto de nutrientes da superfície das cidades;

• Limpeza do ar urbano pela ação da fotossíntese e aderência de material particulado ao substrato e plantas;

• Diminuição do calor urbano gerado pela acumulação nos prédios;

• Economia na energia de climatização com consequente contribuição na emissão de CO2 de geração desta energia;

• Utilização da área de cobertura, antes desprezada com o uso de telhado convencional;

• Maior durabilidade do prédio à ação das intempéries como raios solares (esquenta, esfria) e consequente vida útil do mesmo e da membrana de impermeabilização;

• Proporciona espaço para biodiversidade;

• Diminui reverberação de som aumentando conforto acústico.




Se você quiser aprender um pouco mais de coberturas verder e jardins suspensos, fica uma dica. O arquiteto Ken Yeang é um arquiteto reconhecido por seu desenho e seu grande conhecimento em botânica.




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